Fases da passada
Embora
ultrapassando um pouco o âmbito dos objetivos desta abordagem,é
importante relembrar os aspectos técnicos da corrida para melhor
compreender os exercícios típicos para o correto desenvolvimento e
aperfeiçoamento do gesto correr.
A corrida tem duas fases principais que são a fase aérea e a fase de apoio.
Numa passada dupla, podemos considerar quatro momentos distintos,os balanços e os apoios à frente e à retaguarda.
O
objetivo é correr o mais rápido possível e com menor gasto energético. A
procura desta corrida, corrida econômica, entronca na correta execução
gestual. A corrida diz-se econômica quando a energia se aplica
tendencialmente no vencer as forças de resistência que se lhe opõem.
O máximo dispêndio de energia dá-se, obviamente, durante a impulsão.
A
eficácia da execução cíclica depende de uma técnica racional, de
movimentos consequentes de trabalho econômico,isto é, sem desvios
desnecessários da aplicação da força elemento indispensável à
deslocação.
A deslocação econômica na corrida depende da amplitude e da frequência da passada, dos apoios e dos balanços, em estreita correlação.
Uma corrida deverá pois caracterizar-se por uma organização ajustada na qual a amplitude de passada e a frequência dos apoios se relacionem eficientemente.
Porem, esta relação amplitude/freqüência, não é constante para todas as provas. Enquanto que na metodologia das
corridas de velocidade se procura o aumento da amplitude de passada
otimal, na corrida prolongada visa-se o acréscimo da frequência em
função da amplitude ótima. Devido a este aspecto, há uma diferente forma
do pé abordar o solo no momento da recepção (do apoio à frente ao
balanço à frente). Assim, nas provas de velocidade o apoio é feito com a
parte anterior do pé para evitar um efeito de retardar( apoio executado
pelo calcanhar, o centro de gravidade -CG- cai mais atrás) enquanto que
à medida que aumentamos as distâncias, o apoio é realizado pela parte
exterior do metatarso e nas longas distâncias fundamentalmente pela zona
do calcanhar.
Uma
outra fase importante a considerar é a fase de impulsão. Dois aspectos
assumem uma importância decisiva: uma completa extensão do membro
inferior (MI) atrasado ( de impulsão, na passagem de apoio a balanço à
retaguarda) e uma boa elevação do joelho do MI livre à procura do apoio à
frente. A elevação do joelho do MI livre cumpre duas funções:
Retardamento na colocação do pé na superfície de apoio para a impulsão seguinte;
Aumento da distância de chamada.
A
extensão total do MI ainda em apoio é necessária para que a linha de
força possa ser transformada em movimento do corpo para frente (3ª lei
de Newton) transmitindo-se integralmente ao centro de gravidade do corpo
.
Em toda corrida o movimento dos membros superiores (MS) é posto à dos membros inferiores, o que lhe confere uma ação equlibradora, para além de um papel propulsivo.
Lembramos apenas que a corrida é um gesto educável mas, para haver um ensino relevante desta atividade, é necessário o seu profundo conhecimento.
Fonte: http://www.areadetreino.com.br/?p=1172
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