quarta-feira, 9 de maio de 2012

A corrida como técnica desportiva


 

Fases da passada
Embora ultrapassando um pouco o âmbito dos objetivos desta abordagem,é importante relembrar os aspectos técnicos da corrida para melhor compreender os exercícios típicos para o correto desenvolvimento e aperfeiçoamento do gesto correr.
A corrida tem duas fases principais que são a fase aérea e a fase de apoio.
Numa passada dupla, podemos considerar quatro momentos distintos,os balanços e os apoios à frente e à retaguarda.
O objetivo é correr o mais rápido possível e com menor gasto energético. A procura desta corrida, corrida econômica, entronca na correta execução gestual. A corrida diz-se econômica quando a energia se aplica tendencialmente no vencer  as forças de resistência que se lhe opõem.
O máximo dispêndio de energia dá-se, obviamente, durante a impulsão.
A eficácia da execução cíclica depende de uma técnica racional, de movimentos consequentes de trabalho econômico,isto é, sem desvios desnecessários da aplicação da força elemento indispensável à deslocação.
A deslocação econômica na corrida depende da amplitude e da frequência  da passada, dos apoios e dos balanços, em estreita correlação.
Uma corrida deverá pois caracterizar-se por uma organização ajustada na qual a amplitude de passada e a frequência  dos apoios se relacionem eficientemente.
Porem, esta relação amplitude/freqüência, não é constante para todas as provas. Enquanto que na metodologia  das corridas de velocidade se procura o aumento da amplitude de passada otimal, na corrida prolongada visa-se o acréscimo da frequência em função da amplitude ótima. Devido a este aspecto, há uma diferente forma do pé abordar o solo no momento da recepção (do apoio à frente ao balanço à frente). Assim, nas provas de velocidade o apoio é feito com a parte anterior do pé para evitar um efeito de retardar( apoio executado pelo calcanhar, o centro de gravidade -CG- cai mais atrás) enquanto que à medida que aumentamos as distâncias, o apoio é realizado pela parte exterior do metatarso e nas longas distâncias fundamentalmente pela zona do calcanhar.
Uma outra fase importante a considerar é a fase de impulsão. Dois aspectos assumem uma importância decisiva: uma completa extensão do membro inferior (MI) atrasado ( de impulsão, na passagem de apoio a balanço à retaguarda) e uma boa elevação do joelho do MI livre à procura do apoio à frente. A elevação do joelho do MI livre cumpre duas funções: 
Retardamento na colocação do pé na superfície de apoio para a impulsão seguinte;
Aumento da distância de chamada.
A extensão total do MI ainda em apoio é necessária para que a linha de força possa ser transformada em movimento do corpo para frente (3ª lei de Newton) transmitindo-se integralmente ao centro de gravidade do corpo .
Em toda corrida o movimento dos membros superiores  (MS) é posto à dos membros inferiores, o que lhe confere uma ação equlibradora, para além de um papel propulsivo.
Lembramos apenas que a corrida é um gesto educável  mas, para haver um ensino relevante desta atividade, é necessário o seu profundo conhecimento.

Fonte: http://www.areadetreino.com.br/?p=1172

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